sexta-feira, 13 de maio de 2011

Engenharia, Copa do Mundo e Olimpíadas.

Não é novidade pra ninguém que o momento vivido pelo Estado do Rio de Janeiro é único. Em 2014 sediaremos a final da Copa do Mundo e em 2016 a capital fluminense será o centro das atenções ao realizar os jogos olímpicos. E, no meio deste mar de oportunidades, surge um questionamento: como a Engenharia deve se posicionar?

É inquestionável que nossa cidade necessita um rápido choque de infra-estrutura para atender toda a demanda provocada por estas atividades esportivas, mas nada pode justificar a falta de comprometimento com as leis e com o bom senso.

A Transcarioca é um ótimo exemplo de como a incompetência do CREA-RJ, somada à ganância dos políticos, resulta numa obra esquizofrênica. Implementada por um prefeito que nasceu politicamente das causas ambientais, o projeto consiste em unir a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim por um corredor de ônibus. Sim, isso mesmo, em pleno século XXI, com os atuais problemas ocasionados pela péssima utilização dos recursos naturais, a cidade está construindo 39 km de vias para a circulação de um ônibus articulado movido a combustível fóssil. Parece brincadeira deixar o metrô de lado, mas não é, é tão real que custa 1 bilhão de reais, pelo menos até o momento.

Para os moradores de Jacarepaguá, Madureira, Penha, Ilha do Fundão e Ilha do Governador que um dia sonharam em poder transitar entre a Barra da Tijuca, o Aeroporto Internacional e o Centro da cidade através do metrô, agora terão que se contentar em pagar mais uma passagem para continuar andando de ônibus. Aliás, o trecho da obra em Madureira é um caso a parte. O único viaduto do projeto será construído por cima da estação de trem do bairro, que futuramente será colocada no subsolo. Em alguns anos teremos um viaduto que passará por cima do nada.

O mais impressionante é a passividade com que o CREA-RJ assiste a isso tudo. Não vemos nenhuma vontade daqueles que administram o conselho em se posicionar defendendo a Engenharia. Parece que estão felizes em saber que o faturamento está aumentando pelo aumento da quantidade de ART que estão sendo feitas.

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